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Mãos Cheias de Nada

Retalhos dos meus dias tristes...

Mãos Cheias de Nada

Retalhos dos meus dias tristes...

23.Ago.16

Pessoas

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Com mais de metade da minha vida percorrida, pelo menos a ordem natural assim o indica e mantendo a esperança de que virei a ter o estatuto de sénior, é fácil imaginar o número de pessoas que cruzaram o meu caminho. A verdade é que sempre pratiquei o desapego e por isso poucas são aquelas que estão comigo desde sempre. Muitas foram apenas passagens, momentos efémeros mas que, de uma forma ou outra, deixaram o seu cunho. Muitas outras vieram e foram. Algumas voltaram. Outras não voltei a ver. Algumas gostaria de rever. Crianças que hoje são mulheres e homens formados, casados, divorciados e com filhos. Algumas partiram e não virão mais, e dessas guardo apenas alegria e a saudade. Mas todas as que comigo se cruzaram deram-me oportunidade de aprender, absorver conhecimento e emoções, ou permitiram que lhes ensinasse, transmitisse sentimentos, experiências. Algumas nada acrescentaram, outras tantas usurparam-me. Umas deixaram marcas, outras cicatrizes. Outras encheram-me de amor e carinho, sorrisos e alegrias e fizeram de mim melhor pessoa. Algumas amei intensamente, outras quase odiei de morte. Fui amada, adorada, odiada, traída e mal tratada. Fui amiga, dei a alma e o coração, acarinhei e acolhi. Mas também maltratei, magoei, feri e disse adeus. Algumas nem me despedi. Algumas guardo no meu coração, outras apenas nos confins das minhas memórias. Houve pessoas que me preencheram, e houve pessoas que me esvaziaram. Algumas cresceram comigo, outras fizeram-me crescer, outras tantas vi crescer.

Na verdade a vida traça-nos caminhos que se entrecruzam. Coloca-nos inúmeras pessoas no nosso percurso, muitas vezes sem darmos conta do porquê. Mas todas elas têm a sua razão de ser e todas são únicas, especiais. E a todas elas estou grata, acima de tudo porque todas encerram em si verdadeiras lições de vida.